16 outubro 2010

Cerco prolongado





 

 

 

Põe cerco contra ela, edifica contra ela fortificações, levanta contra ela tranqueiras e põe contra ela arraiais e aríetes em redor.  Tira água para o tempo do cerco, fortifica as tuas fortalezas, entra no barro e pisa a massa, toma a forma para os ladrilhos.

(Ez 4:2  Na 3:14)

 

Alguns momentos de nossas vidas se assemelham a um cerco prolongado, estamos sentados no interior do cerco, nossas armas são insuficientes, o inimigo que nos sitia é forte e nossas forças aparentemente inúteis, estamos expostos à incompreensão, à calúnia, á indiferença e a vontade egoísta de pessoas cuja bondade inexiste, desprovidas de amor e qualquer sentimento de compaixão e elas nos rodeiam, tentam consumir-nos e enfraquecer nossos corações, tirar nosso maior bem que é a serenidade.

 

Pessoas que mesmo se dizendo temente a Deus têm em suas ações pensamentos e atos egoístas, corações duros, nenhuma inclinação ao perdão, à verdadeira solidariedade e para as quais só existe o eu, imbuídos da certeza de serem os baluartes da verdade e da justiça, incapazes de enxergar uma única centelha de uma única qualidade boa em outros, cegos pela presunção malfundada de suas qualidades e deslumbrados com suas vidas que acham sem defeitos se sentindo modelos de perfeição, imbuindo-se do direito de condenar sem atenuantes, e amparados num Deus que não é o de perdão.

 

Cercam-nos também os que jamais ouviram falar de Deus, ou se ouviram se fizeram de surdos e que em seu egoísmo tentam apenas estreitar este cerco e nos colocar cada vez mais acuados, minar nossa resistência e nos levar cada vez mais para o centro do turbilhão de acontecimentos aos quais estamos submetidos.

 

Mas!

 

Tudo que nos vem! Todas, todas as coisas, podem se transformar se não nos deixarmos abater!

 

Basta olharmos para estas coisas e pessoas que nos cercam tentando, até inconscientemente, por pura falta do amor de Deus verdadeiro em seus corações, nos transformar em perdedores e dar a importância que merece suas atitudes, ou seja: desconsiderar a maneira que nos tratam ou tentam nos tirar a serenidade.

 

Não vamos revidar, porque não se pode voltar a palavra proferida ou a fecha atirada, vamos ser nós a fonte de compreensão que não existe nos que nos cercam e permanecer serenos até que o espírito de Deus desça também sobre eles e abrande seus corações, porque o tempo é o senhor de todas as coisas.

 

No entanto! Nos deixar abater, jamais! Deus não pode fazer muita coisa por uma pessoa abatida. Existe uma troca imperiosa na nossa relação com Ele:  a fé.

 

Sem fé perderemos a única ajuda que está ao alcance de qualquer pessoa, sem ela a mais leve dificuldade pode tornar-se um peso esmagador e nos deixar totalmente indefesos perante as dificuldades, ai sim conheceremos o desespero.

 

O tempo nos ensina que não podemos contar com as pessoas porque processamos a mesma fé, nos criamos na mesma rua e sonhamos juntos, ou porque os geramos e alimentamos durante anos, ou porque os aceitamos de braços abertos no seio de nossas famílias, ou porque os conhecemos por acaso; em dificuldades; e, os ajudamos a subir e se tornar independentes, ou porque nos apaixonamos por eles e com eles nos unimos, todos eles, todos,  são humanos e podem nos trair, caluniar e roubar ou tentar nos fazer viver de maneira a satisfazer seus egoísmos e vaidades.

 

Então, se de repente nós sentirmos que nos colocaram em um cerco, aceitemos o cerco como um local de espera que em breve se desfará, não viveremos eternamente nele, será sazonal, como tudo o mais,  enchamos nossos corações de júbilo, nos coloquemos confortavelmente nos centro do cerco e esperemos!

 

Mais um pouco de tempo, e já não existirá o ímpio; procurarás o seu lugar e não o acharás. Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz. *

 

O Deus que não falha vai amainar os corações, o tempo vai trazer a compreensão, a vida vai ensinar as verdades e diminuir a soberba sem fundamentos.

 

Então o cerco será rompido e a paz se estabelecerá.

 

Isto encerra o significado do recomeço.

Tenha um dia de brilho e muitas bençãos.

 

 

Baseado em textos de Hannah Whitall Smith e Lettie Cowman, publicados no livro Mananciais no Deserto. – Lettie Cowman

*Salmos 37.10,11

Este texto é dedicado especialmente a todos aqueles cujos corações aprenderam a conjugar o verbo ajudar no lugar de julgar, capazes de amar as pessoas que não vivem segundo seus critérios e procuram viver sem soberba e com isto toda manhã acordam para mais um dia edificante, amparados nos ensinamentos do Deus do amor.

 

Créditos da mensagem a José Carlos.

 


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