Mas, se observarmos esta expressão tanto no contexto imediato de Gênesis quanto na perspectiva mais abrangente das Escrituras, parece ficar claro que ela se refere a todas aquelas qualidades ou capacidades humanas que nos diferenciam dos animais e nos aproximam de Deus.
Quais são essas qualidades?
A primeira delas é que, como seres humanos, somos racionais e temos consciência de nós mesmos.
A segunda é que somos seres morais; temos uma consciência que nos conclama a fazer o que percebemos como certo.
A terceira é que somos criativos, tal como o nosso Criador, capazes de apreciar aquilo que é belo aos ouvidos e aos olhos.
A quarta é que somos seres sociais, capazes de estabelecer com outras pessoas relacionamentos verdadeiros de amor, pois Deus é amor e, ao nos fazer à sua imagem, ele nos deu a capacidade de amá-lo e de amar aos outros.
Por último, temos uma capacidade espiritual que nos faz sentir fome de Deus.
Assim, somos os únicos seres capazes de pensar, escolher, criar, amar e adorar.
Infelizmente, precisamos acrescentar que a imagem de Deus em nós foi desfigurada, do mesmo modo que nossa humanidade foi contaminada pelo egocentrismo. A imagem de Deus, no entanto, não foi destruída. Pelo contrário, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento afirmam que os seres humanos ainda carregam em si a imagem de Deus e por essa razão devemos respeitá-los.
O caráter sagrado da vida humana se origina do valor que decorre da imagem de Deus (9.6).
Os seres humanos são seres parecidos com Deus. Eles merecem ser amados e servidos.
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