19 julho 2013

O PRUMO DE DEUS

 


 

 Amós 7: 7- 8   e   Jeremias 4: 19


INTRODUÇÃO

A natureza humana é cheia de mistérios e complexidades. À medida que a pessoa vai crescendo e enfrentando as circunstâncias da vida, sua personalidade vai sendo influenciada e moldada. As experiências vividas, portanto, vão dar forma e definir as características individuais de cada pessoa.


DESENVOLVIMENTO

Durante o reinado de Uzias, o povo de Israel experimentou dias de crescente prosperidade e paz. No entanto, com o enriquecimento veio o declínio moral e espiritual, acompanhados de uma terrível onda de injustiças que obscureceu a visão do povo, e o fez perder a direção que o Senhor havia dado.

v  Foi diante desta situação que Deus chamou Amós, que significa "carregar um peso", e lhe deu a missão de apontar a corrupção existente no meio de Israel, advertindo-o do castigo iminente. Deus comparou Israel a uma parede fora de prumo, prestes a cair, mostrando o quanto ela estava torta através do prumo da sua PALAVRA.

v  A situação do mundo hoje em dia é semelhante à que Israel passou naquele tempo. A vida de muitos é pautada em falsos prumos que levam as pessoas às mais terríveis consequências.

v  A Bíblia nos compara a casas, que são construídas com os tijolos das experiências diárias, os quais vão sendo sobrepostos ao longo da vida. Quando se levanta uma parede, é necessário que se verifique se a mesma não está torta, e isso se faz com a utilização de um instrumento muito simples, mas muito importante, que é o prumo.

v  O ser humano tem interiormente a necessidade de gozar de paz e de felicidade. Por isso ele se utiliza da construção de paredes que lhe transmitam segurança e garantam a paz e a felicidade necessárias à sua satisfação interior. O homem natural usa o prumo da razão e da religião para construir as paredes que vão formar a casa da sua vida. Sua personalidade e sua identidade são o resultado desse trabalho de edificação, que muitas vezes geram angústias e prejuízos, por não ser feito conforme o prumo da Palavra de Deus. O prumo da razão e da religião transmitem uma falsa impressão de retidão, e produzem distorções que vão se acumulando e culminando, muitas vezes, com a ruína e a morte.

v  As pessoas vivem hoje em dia sendo sacudidas por muitas tempestades que são produzidas pelo mundo, levando-as a construírem seus próprios sistemas defensivos. Se as paredes de suas casas não estiverem no prumo certo da Palavra de Deus, as consequências poderão ser desastrosas. Vejamos algumas tempestades comuns nos dias de hoje:

-       Desestruturação do lar;
-       Drogas e alcoolismo;
-       Enfermidades;
-       Delinquência na família;
-       Problemas financeiros;
-       Desemprego, etc.

v  Além dos problemas mencionados anteriormente, outros fatores também influenciam na formação da personalidade, atuando na construção das paredes da vida de cada pessoa. Dentre eles podemos citar:

-       Os pais;
-       Os mestres;
-       Os colegas;
-       A religião;
-       A mídia;
-       O próprio coração, etc.

v  A influência que as pessoas sofrem dos problemas da vida, das pessoas com quem convivem e de outros meios, têm implicação direta na formação de sua personalidade. Hoje nós podemos observar que o mundo está repleto de desajustes de toda ordem, em todas as camadas da sociedade, como resultado destas influências.

v  A Bíblia cita em Ezequiel 18: 2 um antigo provérbio israelita: "Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos é que se embotaram". As uvas verdes são os pecados cometidos pelos pais, e os dentes embotados são os efeitos que eles deixam nas gerações posteriores. Isso fala da influência que os pais exercem nos filhos. Se os pais não tiverem a vida edificada conforme o prumo de Deus, eles estão sujeitos a transmitir influências negativas aos seus filhos.

v  Se uma criança sofre rejeição por parte de seus pais, mestres ou colegas, poderá desenvolver uma série de distúrbios de personalidade, como resultado deste falso prumo. A rejeição muitas vezes causa a revolta, e estes dois prumos tornam-se as bases do desenvolvimento de uma série de problemas emocionais. Cada tijolo que empregamos para construir as paredes do nosso coração, são um empecilho para que nossa personalidade se desenvolva da maneira como Deus planejou. Os prumos humanos geram reações na vida da pessoa, que fazem com que ela comece a colocar tijolos em volta de si, na tentativa de se defender contra os males que a fazem sofrer. Dentre os muitos tijolos podemos citar os seguintes:


Ø  Tijolos decorrentes da REJEIÇÃO:
Ø  Tijolos decorrentes da REVOLTA:


-       Tristeza
-       Agressividade;
-       Autocompaixão;
-       Presunção;
-       Autodepreciação;
-       Sofisticação;
-       Depressão;
-       Exultação;
-       Apatia;
-       Depressão;
-       Complexo de inferioridade;
-       Complexo de superioridade;
-       Insegurança;
-       Espírito competitivo;
-       Senso de inaptidão;
-       Posição de domínio;
-       Sentimento de culpa;
-       Inflexibilidade;
-       Amortecimento;
-       Manipulação;
-       Agonia;
-       Teimosia;
-       Extinção;
-       Resistência ao aprendizado;
-       Desânimo;
-       Concepções ilusórias;
-       Desespero; e
-       Amargura;
-       Em casos mais graves o suicídio.
-       Ressentimento;

-       Espírito de crítica;

-       Espírito controlador;

-       Personalidade possessiva.


v  Todos estes tijolos, quando colocados nas paredes da nossa vida, formam a nossa personalidade, a partir de uma base de rejeição e revolta. Os tipos mais comuns de personalidade são quatro:

-       Personalidade Cordata - A pessoa cordata é aquela que procura se acercar de pessoas que satisfaçam suas carências emocionais. São pessoas eficientes e ativas, mas que buscam acima de tudo aceitação e a satisfação de suas necessidades afetivas. Elas não hesitam em sacrificar certos princípios e até mesmo a verdade para alcançar seus intentos. Se sofre uma desilusão com uma figura de autoridade, mesmo que tudo seja fruto de sua imaginação, é capaz de mergulhar fundo numa depressão ou rejeição, tornando-a vulnerável ao pecado da imoralidade. Quanto mais isso acontece, mais ela se retrai, e sua capacidade de confiar em outros diminui. Quando uma pessoa de personalidade cordata sofre muitos reveses, ela pode  começar a assumir outro tipo de personalidade.

-       Personalidade Derrotista - O grande anseio da pessoa com este tipo de personalidade é saber que é querida, que é útil aos outros. Estas pessoas constantemente comentam:

-       Ninguém liga mais pra mim!;
-       Ninguém me põe a par do que está acontecendo!;
-       Ninguém conversa comigo!;
-       Ninguém gosta de mim!;
-       Não adianta tentar mais!;
-       Já fracassei tantas vezes!;
-       Nunca vou conseguir nada!;
-       Sou um fracassado!;
-       Vou ser sempre assim!;
-       Não dá mais!;
-       Desisto!

-       Personalidade Competitiva - essa personalidade é a que mais tem relação com os tempos de hoje e com a atual busca de amor e aceitação. É normal esse tipo de indivíduo dizer o seguinte:

-       "Sou capaz de fazer isso aí melhor do que qualquer um."
-       "Tenho resposta pra tudo. É só perguntar."
-       "Vou lhe mostrar como se faz isso."
-       "Pare com esse sentimentalismo."
-       "Seja forte!  Não deixe transparecer aos outros suas fraquezas."

Por outro lado tal indivíduo gosta de ouvir palavras de aprovação, exigindo o  melhor para si, e para isso sempre comenta o seguinte:

-       "Viu como executo bem meu trabalho?"
-       "Já notou como tenho excelentes talentos e habilidades?"
-       "Percebe como sou indispensável?"
-       "Elogie a mim e ao meu trabalho."
-       "Diga-me como sou impecável, e estarei com o dia ganho."
-       "Nunca me diga que me considera um fracasso."

-       Personalidade Crítica - A pessoa que tem esse tipo de personalidade sempre procura manipular e manter todo mundo na linha, e para isso comenta o seguinte a respeito dos outros:

-       "Você nunca vai melhorar mesmo, não é?"
-       "Você é um caso perdido. Não tem jeito mesmo."
-       "Você é um burro. Olha só a estupidez que você disse."
-       "Você não faz nada certo."
-       "Você sempre atrapalha tudo, não é?"
-       "A culpa é toda sua."

O que ele está querendo dizer, na verdade, é:
-       "sei que não sou benquisto, mas você também não é."


v  A incidência de parte ou de todos estes problemas geram muitos sofrimentos e ocasionam fugas para outros extremos, os prazeres, que por sua vez terminam produzindo vícios e outras situações de maior sofrimento.


CONCLUSÃO

v  A Palavra diz em Isaías 25: 12 que "O Senhor abaixará as altas fortalezas dos seus muros; abatê-las-á e derribá-las-á por terra até ao pó".

v  Diz também em Isaías 26: 2 que "Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: Temos uma cidade forte: Deus lhe põe a salvação por muros e baluartes."

v  Os textos acima resumem a forma maravilhosa como o Senhor trata as paredes que erguemos na nossa vida. Ele não quer nos deixar desprotegidos e à mercê de tudo que o inimigo deseja atirar contra nós. Pelo contrário, ele deseja dar-nos um novo muro, que é a "salvação", cujos portões se chamam louvor, com o intuito de proteger-nos da destruição e devastação. Através da operação do Espírito Santo na nossa vida, as paredes da rejeição e da revolta são demolidas, e o entulho removido para que os muros da salvação sejam edificados.

v  A edificação dos muros da salvação, tem como fundamento e pedra angular a Obra de Redenção. Esta Obra é realizada pelo Espírito Santo que gera o novo nascimento na vida da pessoa, através um processo que segue alguns passos:

1.    Revelação do Senhor Jesus - a revelação de Jesus não se restringe a um conhecimento novo ou uma compreensão mais profunda das coisas de Deus, mas de um claro discernimento concedido pelo Espírito Santo, cujo impacto no coração é tão forte que opera uma transformação na vida do homem. Para alcançar a revelação o homem não depende de seus recursos intelectuais, mas de um coração aberto para obedecer e viver em comunhão com Deus através do seu Filho, o Senhor Jesus.

2.    Arrependimento - o verdadeiro arrependimento consiste numa decisão interior, numa mudança de pensamento, e não numa emoção. O termo grego usado no Novo Testamento é "metanóia", que significa "mudar de idéia". No Velho Testamento, o termo hebraico usado para arrependimento, ao pé da letra significa "virar-se, voltar". Enquanto o N.T. dá ênfase ao processo interior, o V.T. ressalta o gesto exterior que reflete a mudança interior. Portanto, o arrependimento significa mover-se na direção contrária.

3.    Clamor pelo sangue de Jesus - a partir do reconhecimento do pecado e do arrependimento, o homem precisa recorrer ao poder do Sangue de Jesus para obter o perdão e a purificação. Somente o Sangue de Jesus pode nos tornar aceitos diante de Deus e nos dar a condição de filhos de Deus. Quando clamamos pelo sangue de Jesus, as paredes do pecado que nos separam de Deus, são postas por terra.

4.    Libertação - as paredes que erguemos fora de prumo ao nosso redor, são o resultado das experiências amargas sofridas ao longo de nossa vida, com o propósito de nos defender dessas agressões. No entanto, essas paredes terminaram se tornando uma prisão para nós. O Senhor Jesus disse que o conhecimento da verdade nos libertaria (Jo 8: 32). É através do conhecimento do Senhor Jesus, de sua Palavra, que nossa vida vai sendo edificada dentro do prumo de Deus, e à medida que esse conhecimento se aprofunda, as paredes erguidas conforme o prumo humano da opressão vão sendo removidas.

5.    Renovação – Os estímulos externos que recebemos ao longo da vida ficam gravados no nosso coração e na nossa mente,  e vez por outra vêm à tona trazendo sofrimento e dor. Precisamos ser curados destas coisas através da renovação da nossa mente e no espírito do nosso entendimento. Isto não significa uma mudança de opinião ou de doutrina, mas a modificação tanto das tendências da mente quanto do conteúdo dos pensamentos. Um dos vocábulos gregos usados para "renovar" é anakainoo, que quer dizer tornar novo outra vez. Isto significa que podemos ser transformados e livres das influências destrutivas tanto do passado quanto do presente.
  
6.    Vida de Santificação – A santificação significa que a cada dia construímos novas paredes na nossa vida, conforme o prumo da Palavra de Deus e pela obediência à sua vontade. É através da cruz que a vida do homem dá lugar à vida do Senhor Jesus, como disse o apóstolo Paulo: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim".


Esta Obra de edificação terá seqüência durante toda a nossa vida "até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo".
 

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