12 outubro 2013

Vencendo as Tempestades

 
Autor: Pr. Carlo Ribas

Certa vez fiz uma pequena viagem de bicicleta com uns amigos. No caminho, podia sentir a fragrância de cada lugar e isso me motivava a ir mais longe, para conhecer mais daqueles lugares. As belas paisagens do sul do Paraná enchiam meus olhos e alegravam meu coração, eu não me importava com quantos quilômetros já havia pedalado ou como iríamos voltar depois, só queria ir mais além, saber o que tinha atrás da próxima curva ou do próximo morro. Até que, de repente, sobreveio uma terrível tempestade, repleta de raios, trovoadas e muito vento. Todos ficamos apavorados. O cenário agora já não era de belos campos e verdes morros. Tudo era cinza e negro. A chuva gelada nos açoitava com tamanha força que nos era impossível permanecer em cima das bicicletas. Corremos até uma grande árvore para nos abrigar e um de nós gritou que seria perigoso cair um raio e nos matar eletricultados. Fomos, então, para o meio da estrada, fizemos um círculo com as bicicletas e nos encolhemos dentro dele, com uma única capa de chuva sobre nós. Neste instante, a vontade de todos era de nunca ter saído de casa. Um raio caiu bem perto de onde nós estávamos e o pânico foi geral. Pude então, por um segundo, olhar os rostos assustados dos meus amigos e vi que suas fisionomias haviam mudado. Já não eram mais aqueles rostos alegres e radiantes que riam de tudo na estrada, há poucos minutos atrás, mas em seus olhos, bem lá dentro, ainda ardia a chama da aventura de estar ali. Por mais que desejássemos nunca ter saído de casa, paradoxalmente o que mais queríamos era estar ali, debaixo daquela tempestade, testando nossa vida. Alguns minutos mais tarde, a tempestade cessou, aquele som peculiar de pássaros no campo depois da chuva começou a encher o lugar, o sol ensaiava uns raios aqui e ali e em pouco tempo, tudo voltava ao normal. Nós dávamos gritos de alegria e vitória. Foi difícil, assustador, mas havíamos vencido. Isso era o que realmente nos importava! Teríamos ótimas histórias para contar depois.
Nossa caminhada espiritual não é diferente disso: no começo tudo parece um verdadeiro "mar de rosas". Ótimas pregações, profecias de edificação para sua vida. Nos dá força para irmos sempre em frente, querendo saber o que mais Deus pode trazer em nossas vidas. Qual será o próximo dom, quem será a próxima vida a render-se aos pés de Jesus pela sua pregação da Palavra. Até que, de repente, sem um motivo aparente, "tudo" começa a desabar sobre sua cabeça. As pregações já não são as mesmas, agora falam de coisas que você faz, e que precisa mudar! As profecias já não são mais de edificação e cessaram-se os dons para contigo. Começa aqui o DISCIPULADO PESSOAL do Senhor Jesus na sua vida. É aqui que Ele te mói, com se mói um punhado de amendoins. Como fez na vida de Jonas, talvez esteja fazendo na sua também. Mas como aconteceu comigo, na viagem de bicicleta, também podemos vencer a tempestade. Caia de joelhos no chão! Levante um clamor, chore diante do Senhor Jesus e Ele afastará as nuvens negras, trará novamente o doce canto dos pássaros em sua vida. Ele lhe trará a vitória. Realmente, às vezes parece que alguém na igreja está dizendo algo para nos atingir ou então que todos estão contra nós, mas Jesus não está! Ele está nos discipulando particularmente, nos treinando para sermos dignos de sentarmos ao Seu lado e sermos chamados de vencedores! As vezes, a impressão que dá é que Ele nos aperta em suas mãos com tanta força que nossas "tripas" escorrem pelos Seus dedos. É uma comparação um tanto horrorosa, eu admito, mas quando o Senhor quer usar a sua vida, Ele o faz, nem que tenha que doer um pouquinho...


 












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